
Competências transversais no percurso individual
As competências transversais desempenham um papel fundamental no desempenho profissional de um Técnico de Orientação, Reconhecimento e Validação de Competências (TORVC), uma vez que esta função exige uma combinação de habilidades técnicas, interpessoais e organizacionais para garantir um acompanhamento eficaz dos candidatos no seu percurso de qualificação. Para exercer esta profissão com sucesso, é essencial possuir boas competências de comunicação oral e escrita, pois o técnico precisa de orientar os candidatos, explicar claramente os processos de reconhecimento e certificação, bem como elaborar documentação estruturada e relatórios detalhados sobre o progresso dos participantes. A capacidade de se expressar de forma clara, objetiva e adaptada ao público é crucial para garantir que todas as informações sejam compreendidas corretamente.
Além disso, a capacidade de planeamento e organização é indispensável, dado que o técnico tem de gerir múltiplos processos de certificação, organizar agendas de acompanhamento e coordenar reuniões de certificação. Esta competência assegura que os candidatos recebem um apoio contínuo e estruturado, evitando falhas no acompanhamento. A resolução de problemas é outra competência essencial, pois frequentemente surgem imprevistos durante os processos de validação, como dificuldades na comprovação de competências ou obstáculos pessoais enfrentados pelos candidatos. Nestes casos, o técnico precisa de identificar soluções alternativas, como propor novas formas de validação, incluindo entrevistas ou provas práticas.
O relacionamento interpessoal é também um fator determinante para o sucesso nesta função, uma vez que o técnico trabalha diretamente com adultos em processos de requalificação e deve demonstrar empatia, escuta ativa e capacidade de motivação. Muitos candidatos podem sentir-se desmotivados ou inseguros em relação às suas competências, e cabe ao técnico orientá-los de forma a reconhecerem o seu potencial e sentirem-se confiantes no processo. Neste sentido, a capacidade de pensamento crítico é indispensável, pois o técnico precisa de avaliar de forma objetiva as competências dos candidatos, distinguindo informações relevantes de irrelevantes, garantindo um julgamento justo e fundamentado no momento da certificação.
Outra competência fundamental é a autonomia, uma vez que o TORVC deve tomar decisões de forma independente, sem necessidade de supervisão constante, garantindo que os processos decorrem de forma eficaz. No entanto, apesar da necessidade de autonomia, a capacidade de trabalho em equipa é igualmente relevante, pois o técnico colabora frequentemente com outros profissionais e integra júris de certificação, sendo essencial saber gerir dinâmicas de grupo, negociar e contribuir para a tomada de decisões coletivas.
A adaptabilidade à mudança é uma característica essencial num contexto de aprendizagem ao longo da vida, dado que as metodologias e regulamentos da área da formação e certificação de competências podem sofrer alterações. O técnico deve estar disponível para aprender novas abordagens, adaptar-se a novas diretrizes e incorporar novas tecnologias no seu trabalho. Neste sentido, as competências tecnológicas são cada vez mais relevantes, uma vez que o uso de plataformas digitais, bases de dados e ferramentas de trabalho colaborativo online se tornou indispensável para acompanhar os candidatos de forma remota e organizar toda a informação necessária para o processo de certificação.
Concluindo, o desempenho eficaz de um Técnico de Orientação, Reconhecimento e Validação de Competências exige um conjunto sólido de competências transversais, que vão muito além do conhecimento técnico da área. A capacidade de comunicar eficazmente, planear e organizar processos, resolver problemas de forma criativa, trabalhar em equipa, adaptar-se a novas realidades e utilizar ferramentas tecnológicas são elementos-chave para garantir um processo de qualificação justo, eficiente e centrado nas necessidades dos candidatos.